Amazon Q: AWS lança novo assistente de IA generativa para uso corporativo
Amazon Q promete ser alternativa para automação de tarefas com privacidade de dados embutida
A Amazon entrou na disputa pelo mercado de assistentes de IA generativo. Nesta terça-feira (28), a companhia anunciou o novo assistente de inteligência artificial voltado para organizações, o Amazon Q. O anúncio foi realizado durante o AWS re:Invent, que acontece nesta semana em Las Vegas, nos Estados Unidos.
Assim como outros assistentes de IA generativa do mercado, o Amazon Q é capaz de compilar, analisar, interpretar informações corporativas para interagir com colaboradores de empresas através de linguagem natural. O assistente promete facilitar a busca por dados no dia a dia, além de criar relatórios, planilhas e gráficos para acelerar o processo de tomada de decisão através da automação de tarefas repetitivas.
A grande promessa da Amazon para se diferenciar de outras ofertas similares do mercado são as abordagens de segurança e privacidade da plataforma. “Ele entende as identidades, papéis e permissões pré-existentes. Se um usuário não tem permissão para acessar algo sem o Q, ele também não terá permissão para acessar com o Q”, afirmou Adam Selipsky, CEO da AWS, durante sua keynote de abertura do re:Invent. “Nós desenhamos o Q do zero para atender aos requerimentos corporativos. Ele nunca vai utilizar dados de clientes para treinar outros modelos”.
“Quando você olha os stacks da AWS, o principal diferencial do Q é que ele é uma aplicação pronta – tem toda a inteligência por trás, mas também com a interface para o usuário”, explicou Alex Coqueiro, líder de Arquitetura de Soluções para a América Latina. “Você não compartilha dados de forma externa. Não é um chat público, pense nele como um conjunto de perguntas e respostas privados para aplicações corporativas”.
No palco do re:Invent, uma demonstração do Q mostrou a capacidade da ferramenta em criar gráficos e planilhas interativas a partir de perguntas simples, como “quais são os principais problemas que meus clientes estão enfrentando”. O Q também é capaz de processar questões contextualmente, gerando conteúdos que complementam as perguntas anteriormente feitas pelo usuário.
Para treinamento do modelo com as informações empresariais, o Q pode se conectar ao ecossistema da companhia, como com o QuickSight, Amazon Connect, solução de contact center em nuvem, e AWS Supply Chain, de cadeia de abastecimento. Serviços terceiros também são compatíveis, e o Q pode se ligar a mais de 40 aplicativos e serviços corporativos, incluindo Dropbox, Salesforce, Zendesk, Slack e apps Microsoft 365, que ajudarão organizações a alimentarem seus assistentes customizados.
O Q também é um “profundo conhecedor” da arquitetura da AWS, e deve auxiliar companhias na explorar opções de tecnologias da companhia que podem ser implementadas dentro de suas próprias arquiteturas de negócios.
Os clientes podem, por exemplo, usar o Amazon Q para selecionar a melhor instância do EC2 para sua cargas de trabalho fazendo perguntas como “ajude-me a encontrar a instância do EC2 certa para implantar uma carga de trabalho de codificação de vídeo para meu aplicativo de jogos com o mais alto desempenho”. O Amazon Q fornecerá uma lista de instâncias com os motivos para usar cada uma delas.
O Amazon Q está disponível em “preview” para empresas ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Seu modelo de precificação varia conforme o uso e a modalidade do aplicativo, o Amazon Q Business, para usuários corporativos, ou o Amazon Q Builder, para desenvolvedores. O preço base, por usuário por mês, será de US$ 20, mas pode variar conforme o uso.
Enquanto o Q se propõe a ser uma solução no nível de aplicação para companhias que buscam por assistentes de IA generativa, o Amazon Bedrock, lançado em setembro, segue sendo a solução de “middleware” para o mesmo fim. A partir do Bedrock, companhias podem acessar uma ampla gama de modelos de IA de diferentes fornecedores para criar suas próprias aplicações. O Bedrock disponibiliza hoje acesso a modelos como Jurassic-2, Amazon Titan, Claude, LlaMa 2 e mais.
“Bedrock é o jeito mais fácil de criar e escalar aplicações de IA generativa a partir de outros modelos fundacionais”, pontuou o CEO da AWS. Ainda estamos no começo. Todos estão experimentando e aprendendo ao mesmo tempo. Os clientes estão descobrindo que diferentes modelos funcionam melhor para diferentes casos de uso e diferentes grupos de dados”, disse, e completou: “A habilidade de se adaptar é a mais valiosa que você pode ter. Não haverá um único modelo que fará tudo”.
Artigo originalmente publicado em ITForum